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IVA Dual pode ser caminho para a reforma tributária
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Proposta é defendida pela advogada Melina Rocha (foto), diretora de cursos na York University, no Canadá, país que usa o modelo desde 1991
Por Silvia Pimentel*
É unânime a percepção de que o sistema tributário é complexo, confuso, injusto e dispendioso e precisa ser totalmente reformulado. Mas parece longe a construção de consenso sobre qual o modelo mais adequado de tributação no Brasil e que agrade aos setores da indústria, comércio e serviços, União, Estados e Municípios.
A reforma tributária sobre o consumo em discussão atualmente no Congresso Nacional é composta pela PEC 45/2019, originária da Câmara dos Deputados, PEC 110/2019, que nasceu no Senado, e pelo PL 3887/2020, enviado pelo governo à Câmara Federal em julho de 2020.
As propostas estão em diferentes estágios de andamento e possuem pontos de convergência, como a unificação de tributos e simplificação da cobrança por meio de um IVA (Imposto Sobre Valor Agregado), com tributação no Estado de destino e incidência em todas as transações envolvendo bens e serviços.
O setor de serviços é um dos mais resistentes ao pacote tributário em discussão. No caso do PL 3887, por exemplo, que prevê a instituição da CBS (Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços), unificando PIS e Cofins, a uma alíquota de 12%, o segmento sustenta que haverá aumento da carga tributária, já que as despesas das empresas de serviços, basicamente baseadas na mão de obra, não geram créditos para abater da alíquota final.
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MAIS ENTRAVES
Os entraves, entretanto, não param por aí. Embora a tributação de um IVA no destino pareça ser um ponto superado pelos Estados depois de anos de discussão, possíveis mudanças nos benefícios fiscais e nos regimes diferenciados, como o Simples Nacional e a Zona Franca de Manaus, decorrentes da adoção de imposto abrangente e de alíquota única sobre o consumo de bens e serviços, têm gerado apreensão.
Há também o receio de mudanças bruscas na arrecadação de impostos. Enquanto Estados e municípios temem perder autonomia na gestão de seus tributos atuais e receitas com a mudança no modelo de tributação, os contribuintes em geral não querem aumento da carga de impostos, que já é alta.
“Quanto mais amplas as propostas de reformas tributárias, menores as chances de serem aprovadas, ao menos na forma como foram originalmente concebidas. E nenhum ente federativo está disposto a perder sua arrecadação tributária, fonte de receita para fazer frente às despesas públicas”, analisa o tributarista Regis Pallotta Trigo, do Honda, Teixeira, Araujo, Rocha Advogados.
Na opinião de Luiz Flávio Cordeiro, sócio da DPC (Domingues e Pinho Contadores), o “fatiamento” da reforma foi a solução encontrada pelo próprio governo para aumentar as chances de aprovação, referindo-se ao PL 3887, que prevê a unificação apenas do PIS e Cofins.
“São os piores tributos em termos de cálculos e controles e geram muita insegurança jurídica e um enorme contencioso tributário. A legislação é tão confusa que as empresas adotam seus próprios entendimentos”, diz Cordeiro. Para ele, é a proposta mais propensa a avançar no Congresso, embora não seja o melhor momento político.
“A reforma do Imposto de Renda também está em tramitação no Congresso e a discussão dos dois temas pode gerar moeda de troca, colocando em risco possíveis benefícios aos contribuintes”, analisou.
O CAMINHO DO IVA DUAL
Já a advogada e diretora de cursos na York University (Canadá), Melina Rocha, defende que o País está no mais adequando momento político da história para promover alterações profundas do sistema tributário, com a adoção de um IVA Dual – um imposto federal (Pis e Cofins), a ser instituído numa primeira fase, e outro de competência estadual e municipal (fusão do ICMS e ISS).
Países como o Canadá e a Índia já adotam esse modelo de tributação. “É possível, sim, uma reforma realista e ampla por meio da adaptação do modelo internacional de IVA ao nosso contexto federativo e o melhor caminho para acabar com os conflitos de competência tributária é o IVA Dual”, defende a advogada.
Convidada na última reunião do Conselho de Altos Estudos em Finanças e Tributação (Caeft), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizada recentemente, a advogada abordou as vantagens do IVA Dual. O modelo proposto é resultado de estudos realizados por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) juntamente com especialistas da área tributária.
Em comparação com os tributos monofásicos sobre a produção, o IVA é mais vantajoso, entre outros pontos, porque incide sobre cada operação e permite desconto dos créditos referente ao imposto pago nas operações anteriores.
De acordo com a advogada, esse modelo de tributação foi apresentado no primeiro relatório da PEC 110, tem o apoio do governo federal e deverá constar do segundo relatório, em vias de ser apresentado pelo relator, senador Roberto Rocha. Procurado pela reportagem do Diário do Comércio, o parlamentar informou que só falará com a imprensa depois da apresentação do documento.
O IVA Dual é adotado no Canadá desde 1991, após 15 anos de negociações com as províncias do País, e na Índia, desde 2017.
*Jornalista especializada em legislação e tributação
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