Perse: Receita Federal regulamenta benefícios fiscais para setor de eventos
24/11/2022Planejamento tributário 2023: o que considerar ao planejar o ano fiscal de sua empresa
30/11/2022OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Doing Business in Brazil: entendendo a estrutura tributária brasileira
O Brasil é um país com inúmeras oportunidades de negócios, mas seu sistema tributário tem particularidades que exigem atenção
Por Fabiana Soares
Se o sistema tributário brasileiro já é considerado complexo por quem vive no Brasil, imagina qual é a impressão de um estrangeiro ao se deparar pela primeira vez com essa estrutura fiscal.
Inúmeras normas, diferentes espécies de tributos e formas de apuração podem soar pouco amigáveis para o investidor do exterior. De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), em média, são 54 normas tributárias por dia útil no país - 2,26 por hora. Em setembro de 2022, 32.460 normas estavam em vigor.
Para começar a entender a complexidade do cenário, basta considerar que o Brasil possui 26 estados e mais de 5 mil municípios, cada qual responsável pela definição de suas regras fiscais no que lhe compete.
Neste contexto, é importante ter pelo menos uma visão geral sobre como funciona a estrutura tributária no Brasil. A seguir, listamos alguns conceitos importantes para a compreensão do panorama brasileiro.
Espécies de tributos
As principais espécies de tributos são:
Imposto: é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Taxa: é um tributo pago para custear serviço público prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, como iluminação e limpeza pública.
Contribuição especial: enquadra as contribuições sociais, destinadas a custear uma atuação específica do Estado. Em geral, a cobrança decorre de um fato do contribuinte, como é o caso das contribuições previdenciárias, destinadas ao financiamento da previdência social (pagamento de aposentadorias).
Há ainda contribuições de melhoria e empréstimo compulsório como espécies de tributos, mas essas modalidades são pouco utilizadas no Brasil.
Instituição de tributos
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituir os tributos. E é daí que emergem inúmeras siglas e regras.
São de competência da União:
- II – Imposto de Importação
- IE – Imposto de Exportação
- IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
- IR – Imposto sobre a Renda
- ITR – Imposto Territorial Rural
- IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
- IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas
Há previsão legal para que a União defina novos impostos e impostos extraordinários.
São de competência dos Estados e do Distrito Federal:
- ITCMD – Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos
- ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
- IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores
São de competência dos Municípios e do Distrito Federal:
- IPTU – Imposto Propriedade Predial e Territorial Urbana
- ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
- ISS ou ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
Tributos diretos e indiretos
Os tributos diretos estão relacionados diretamente à renda ou patrimônio do contribuinte. Dessa forma, bens móveis ou imóveis e renda recebida são impactados pela tributação direta. IPTU, IPVA e Imposto de Renda alguns exemplos.
Já os tributos indiretos são ligados às transações comerciais, sendo cobrados sobre o produto ou prestação de serviço. Eles influenciam bastante na precificação e seus impactos devem ser bem mapeados pelos contribuintes. O tributo indireto também pode sofrer variação a depender do estado e município, como é o caso do ICMS e ISS.
Outro ponto que representa dificuldade para adaptação de empresas estrangeiras no mercado brasileiro é o fato de que o sistema de tributação sobre o consumo difere do padrão internacional. Enquanto grande parte dos países possui apenas um tributo incidente sobre o consumo, no Brasil há pelo menos cinco, recolhidos por diferentes entes.
Regimes tributários
A escolha do regime tributário é extremamente importante, pois determina quais obrigações tributárias recairão sobre as empresas. Essa opção deve ser feita durante o processo de abertura da empresa. Anualmente, essa classificação pode ser revista.
É sempre válido analisar o conjunto de informações sobre o negócio para chegar a melhor definição, ainda que, em alguns casos, o enquadramento seja obrigatório em uma modalidade específica.
Conheça os principais regimes tributários:
Simples Nacional |
Podem optar por este regime as pessoas jurídicas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. |
Lucro Presumido |
É uma opção para empresa cuja receita bruta total seja igual ou inferior a R$ 78 milhões. |
Lucro Real |
É a opção obrigatória para a empresa cuja receita bruta total anual ultrapasse R$ 78 milhões. Empresas com algumas atividades específicas também estarão obrigatoriamente enquadradas. |
O planejamento tributário anual orienta o negócio quanto ao melhor caminho, trazendo também outros benefícios, como o apontamento de incentivos fiscais e a possibilidade de recuperação de créditos tributários.
Veja também:
- Gestão tributária estratégica: boas práticas contribuem para assegurar diferencial competitivo
- Planejamento traz benefícios e segurança à implantação de negócios
Obrigações tributárias principais e acessórias
Uma obrigação tributária é principal ou acessória.
A obrigação principal envolve o pagamento de um tributo ou penalidade pecuniária. Na prática, são os inúmeros impostos, taxas e contribuições que recaem sobre as empresas nas esferas municipal, estadual e federal, além das multas quando essas forem aplicadas.
Já a obrigação acessória tem natureza declaratória. São documentos contábeis, fiscais, trabalhistas e previdenciários, em sua maioria em formato eletrônico, apresentados em âmbito federal, estadual e municipal. Não cumprir tais exigências devidamente sujeita a empresa a multas altas e pode deixá-la com status irregular, não sendo possível emitir algumas certidões importantes para o negócio.
Por que buscar um parceiro para gestão tributária?
Contar com um parceiro especializado e com aparato tecnológico para fazer frente às exigências dos órgãos é uma forma de assegurar a conformidade.
Também é preciso ter em mente que gestão tributária exige permanente acompanhamento das mudanças legislativas. Além disso, os processos devem ser periodicamente revisados em busca de soluções mais adequadas aos objetivos e ao ciclo de vida do negócio.
O time de especialistas da DPC auxilia empresas a traçar estratégias para otimização tributária e a cumprir a rotina de obrigações fiscais em todas as esferas. Conte com esse suporte: dpc@dpc.com.br.
Autora: Fabiana Soares, sócia na Domingues e Pinho Contadores.
Como a DPC pode ajudar sua empresa?
A Domingues e Pinho Contadores possui equipe especializada pronta para assessorar seu negócio.
Entre em contato através do e-mail dpc@dpc.com.br.
Veja mais
Assine nossa newsletter:
Se interessou?
Entre em contato conosco para que possamos entender seu caso e oferecer a melhor solução para você e sua empresa.
Rio de Janeiro
Av. Rio Branco 311, 4º e 10º andar - Centro
CEP 20040-903 | Tel: +55 (21) 3231-3700
São Paulo
Rua do Paraíso 45, 4º andar - Paraíso
CEP 04103-000 | Tel: +55 (11) 3330-3330
Macaé
Rua Teixeira de Gouveia 989, sala 302 - Centro
CEP 27910-110 | Tel: +55 (22) 2773-3318