Fim da Dirf: o que muda para as empresas
24/01/2025DPC NA MÍDIA
Promover novos desafios e metas auxiliam a evitar a zona de conforto, afirma Luciana Uchoa
Há muitos cursos gratuitos disponíveis para entrar em contato com o que de fato interessa, e até mesmo testes vocacionais
Ao longo da minha trajetória, alcancei diversos objetivos que estabeleci desde jovem, sempre amparada pelo foco em me dedicar aos estudos e ao ato de assimilar constantemente conhecimentos essenciais.
Considero como a liderança pelo exemplo deve prevalecer, amparada por valores robustos, assim como a capacidade de comunicação exerce papel fundamental em prol do sucesso individual e das organizações.
Dessa forma, alicercei vigorosamente a minha carreira, sendo que, atualmente, ocupo a posição de diretora-presidente da Domingues e Pinho Contadores, proeminente empresa de gestão empresarial, à qual me dedico com enorme afinco há quase trinta anos.
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Natural do Rio de Janeiro (RJ), cresci junto à minha família, de origem bastante humilde, ao lado da minha mãe, Manuela, e dos meus dois irmãos, sendo que sou a caçula. Infelizmente, nos deparamos com mais dificuldades nesse período, por conta do falecimento precoce do meu pai, Hilde, quando eu ainda não tinha 2 anos.
O fato de ter estudado em escolas públicas me auxiliou a valorizar o aprendizado contínuo e a incessante busca por conhecimentos, tendo em vista sedimentar o meu perfil, permeado por valores intrínsecos. Rememoro como obtinha excelentes notas, mas me deparei com uma situação complexa, prestes a começar o segundo grau, por conta de uma greve.
Todavia, uma mãe orientou os demais responsáveis sobre a relevância do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), que contava com uma mensalidade baixa por ser incentivado pelo setor do comércio, oferecendo a possibilidade de se realizar os cursos de Administração ou Contabilidade. Nesse contexto, conversei com a minha mãe sobre essa oportunidade e aproveitei com enorme êxito essa chance.
O valor do estudo e do aperfeiçoamento acadêmico em prol do desenvolvimento
Quando chegou a minha vez de me aplicar, só restava a opção para Contabilidade. Dessa forma, efetuei a prova e ingressei no segundo grau técnico, logo me apaixonando pelo segmento.
À época, sabia que a Moraes Junior (atual Mackenzie) era a faculdade de referência em Ciências Contábeis no Rio de Janeiro. Cheguei a prestar vestibular para universidades públicas, mas almejava ingressar na Moraes Junior, onde me graduei em Contabilidade, em 1995.
Posteriormente, tratei de me aperfeiçoar com uma pós-graduação pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Ressalto como aprecio demasiadamente a Contabilidade, inclusive por conta de toda essa trajetória acadêmica, que teve início ainda no período escolar.
Contudo, busquei me preparar melhor, haja vista como se trata de um mercado bastante concorrido. Quando já me encontrava como diretora, decidi realizar uma LL.M. em Direito Societário no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). Após ter estendido meus relacionamentos com advogados, pretendia deter a visão da área jurídica. Enfim, o contador possui a tendência de ser muito matemático, e considerei salutar ampliar meu conhecimento.
Tenho muito orgulho de ter alicerçado os meus primeiros passos no ensino público, pois hoje há muita gente com formação sólida em instituições privadas. Infelizmente, o ensino público tem se deteriorado, mas eu não tinha opções, por ser de origem muito simples. Tudo o que conquistei é fruto de trabalho árduo; a minha história é pautada nos valores nos quais acredito, como ética, determinação e disciplina.
Inspirações estimulam a motivação com a vontade de crescer
Pondero como duas pessoas me auxiliaram bastante nesta jornada. A minha avó Maria enfrentou diversas dificuldades, mas foi bastante guerreira. Faleceu aos 102 anos, com uma lucidez ímpar. Ela foi e sempre será um exemplo de vida, que, embora não tenha tido acesso aos estudos, compensou com enorme sabedoria, sendo um símbolo de disposição e inspiração.
E trato de contextualizar isso no trabalho, ao enfatizar como o conhecimento e a sabedoria ninguém tira de nós, algo que escutei desde cedo. Portanto, sempre procurei assimilar novos aprendizados, tendo em vista meu desenvolvimento.
Avalio que não há espaço para reclamar ou ficar esperando que os outros façam por você – isso demanda motivação, disposição, garra e otimismo. Sem se movimentar, as chances passam.
Em relação à liderança, menciono como o Manuel Domingues e Pinho, fundador da Domingues e Pinho Contadores, é um profissional exemplar, um modelo de pessoa inspiradora. O Manuel é capaz de envolver as pessoas, e acredito que a liderança deriva do exemplo, de compreender as nuances dos indivíduos.
Só se torna viável construir uma empresa incrível, com mais de 40 anos de história, a partir da união de profissionais exemplares. Comecei como estagiária, hoje sou presidente, e jamais serei uma exceção – é uma cultura da companhia o ato de desenvolver pessoas, algo no qual acredito firmemente.
A paixão por contabilidade e os desafios complexos no início da jornada
Antes de trabalhar na DPC, tive uma vivência em banco durante dois anos. Porém, não assimilei nada acerca de contabilidade, mas em todas as experiências adquirimos aprendizados.
Nesse caso, ganhei maturidade para lidar com hierarquia, relacionamentos e com o “jogo de cintura” para compreender os laços diplomáticos. Atendia à zona portuária, ao batalhão de polícia militar, às comunidades, enfim, a um público bastante diverso. Aprendi coisas com as quais jamais tivera contato e precisei explicar o Plano Real aos clientes, um tema extremamente complicado naquele contexto, com a mudança da moeda.
Cheguei a atuar em outro lugar, em um ambiente que não me agradava, e isso fez enorme diferença para mim. No último ano da faculdade, contava com a certeza de que precisava estar em um lugar capaz de me prover uma base sólida. Foi quando fiquei sabendo da vaga de estágio na DPC. Marquei uma entrevista e, ao chegar ao escritório, fiquei surpresa com o local, algo lindo. Lembro-me até da roupa utilizada no primeiro dia, exatamente em 13 de março de 1995.
A empresa conta hoje com quase 600 funcionários, sendo que, à época, éramos menos de 200. O Manuel conhecia todo mundo, e rememoro como quando ele olhou para mim e disse: “Você é nova aqui, onde você estuda? Você está entrando em uma empresa em que o gerente quer entregar a cadeira.” Ele também é graduado pela Moraes Junior!
E depois entendi a afirmação dele sobre a gerência, porque temos uma cultura na qual todos querem passar a informação adiante. É muito comum no mercado não passar informação para garantir o emprego. Mas apostamos em outra fórmula: o grande líder é aquele que acredita e está preocupado com a formação do liderado.
A ascensão vertiginosa à diretora-presidente da Domingues e Pinho Contadores
Gradualmente, fui me apaixonando pela empresa e ressalto como fui a pessoa que edificou a carreira de forma mais rápida na DPC. Com menos de 24 anos e pouco mais de 3 anos na empresa, recebi o convite para me tornar gerente.
Apesar de estar em uma companhia de gestão majoritariamente feminina, na época a contabilidade era um meio bastante masculino. Além de mulher, eu era muito jovem, então havia a preocupação de dialogar com os clientes pelo telefone, para que ganhassem confiança, e, posteriormente, me conhecessem pessoalmente.
Considero que a habilidade para lidar com pessoas foi um diferencial potente para ter obtido êxito nesta jornada. Logo, tratei de estudar gestão e me identifiquei com a neurolinguística, especialmente no que diz respeito à percepção sobre comportamentos.
Reitero que, quando comecei, não havia essa gama de cursos preparatórios. Mesmo diante de alguns obstáculos, sempre tive preocupação com o turnover no meu time, pois busco contar com as pessoas junto comigo.
Inteligência emocional e capacidade comunicativa são predicados essenciais
Ao analisar o perfil do líder, assevero que quem está à frente deve ser um bom ouvinte, comunicativo e possuir excelente inteligência emocional. Percebo que as pessoas não estão se preparando para lidar com a pressão, especialmente aqueles que estão chegando ao mercado.
Os indivíduos estão se preocupando demais e perdendo a calma facilmente. Exige-se mais preparo para aguentar o cotidiano executivo, aplicando inteligência emocional e resiliência, a fim de compreender as mudanças, especialmente com as transformações velozes pelas quais o mundo está passando.
As pessoas têm medo de dar feedback – e o “tapinha nas costas” não ajuda a desenvolver ninguém. Cheguei a escutar que os meus feedbacks, eventualmente, podem ser duros, mas são construtivos e importantes. Falar para um liderado o que ele precisa aprimorar é imprescindível, sempre de forma pontual e objetiva. Assim, há o desenvolvimento individual e, consequentemente, da empresa, com os resultados surgindo em larga escala.
A liderança pelo exemplo contempla todos os âmbitos. É condição inegociável acreditar naquilo que está sendo propagado. Enfim, deve ser encarada como uma verdade, a partir das atitudes e decisões tomadas.
Analiso também que muitas pessoas pensam estar abertas às novas tecnologias, mas essa questão deve se ampliar à inovação como um todo. Prover a inovação para o negócio, ou seja, encontrar uma forma diferente de realizar o negócio, é o segredo para o sucesso da organização. Nem sempre é sobre tecnologia, mas sobre como implementar formas diferenciadas de realizar processos, mesmo com soluções simples, pensando fora da caixa.
Promover novos desafios e metas auxiliam a evitar a zona de conforto
As pessoas precisam compreender a relevância de jamais permanecer na zona de conforto. A minha maior preocupação remete à acomodação, algo que afeta a equipe e acontece de forma geral em diferentes carreiras. Considero que isso está atrelado ao fato de atingir determinada posição e pensar que não é mais necessário estudar ou adquirir novos conhecimentos.
Enfim, uma fórmula para evitar tal armadilha envolve prover novos desafios e metas, com o intuito de estimular e provocar – nada é mais importante do que ter objetivos. Esse tema acomete especialmente as pessoas que estão chegando ao mercado, e observo como muita gente aguarda uma promoção, espera que a empresa forneça cursos e especializações, sem se esforçar.
É incrível como, com o passar do tempo, algumas pessoas vão se acomodando. E o líder precisa estar atento à sua equipe. A empresa não pode depender de somente uma pessoa, mas dos envolvidos nos processos. Ao fim do dia, tudo depende dos resultados – só haverá salário e ganhos caso os profissionais estejam dispostos a entregar algo a mais.
Valido como guarnecer oportunidades para as pessoas se posicionarem é essencial, haja vista como o líder deve estar pronto para entender o valor de receber boas ideias. Porém, nem por isso tudo deve ser implementado, embora a equipe deva participar efetivamente.
Como lidero uma empresa de serviços, julgo primordial não sacrificar os melhores da equipe, sobrecarregando-os. Definitivamente, acredito que as pessoas devem ser valorizadas e reconhecidas de formas distintas – algo oposto ao praticado por alguns líderes. Caso alguém precise ser tratado de forma diferenciada, o farei – com a devida franqueza e transparência.
O mesmo vale para o profissional que não está performando adequadamente, pois vou tentar entender a situação por meio do diálogo, com argumentos consistentes. As pessoas compreendem isso; basta elucidar. Com essa forma de agir, o time segue em frente, com foco em prosperar.
Compreender intrinsicamente as pessoas gera o ambiente positivo
Ao identificar as dificuldades das pessoas, o primeiro passo é saber o que está ocorrendo de fato. Jamais podemos descartar um problema na gestão – não raro, abarca o contexto do ambiente de trabalho. Portanto, isso demanda orientar a gestão, compreendendo, lidando com a origem da adversidade – algo que pode ser muito maior e, inclusive, ajuda a solucionar algo dentro da empresa.
Nesse aspecto, saliento como jamais perco a motivação por questões banais – sou uma pessoa que não desanima frente às adversidades, embora certas coisas me aborreçam, como lidar com indivíduos de índole duvidosa. O importante é focar em coisas positivas.
Outro ponto remete à relevância da empatia, um diferencial genuíno em minhas relações com a equipe, alinhada com a transparência – tratam-se de valores basilares. Estar sempre muito próxima é imprescindível para entender os problemas das pessoas – isso faz toda a diferença. Sempre respeitei e sempre fui muito respeitada.
Resiliência, adaptabilidade e relacionamentos fomentam a jornada
Acredito que sair da zona de conforto é crucial para a carreira. A ausência de resiliência, a falta de poder de adaptação e a recusa em se permitir mudar são grandes armadilhas. Noto como alguns jovens questionam mais, enquanto outros anseiam por mudanças e aceitam os desafios, apesar da falta de preparo. Enfim, é preciso compreender como o mercado funciona, aplicando-se ao aprendizado contínuo.
Ademais, o ato de estabelecer relacionamentos e focar em edificar a rede de contatos é valioso, algo que impulsionou a minha carreira. Em determinado momento, torna-se algo natural, sem precisar forçar. Em certo nível da carreira, quem não está preparado para o networking e para o diálogo dificilmente se desenvolverá. A rede de relacionamentos provém clientes, além da troca de informações e dúvidas.
Na DPC, recebemos duas vezes por ano turmas de estagiários, e enfatizo como a rede deles é virtual. Ou seja, a partir do ingresso na vida profissional, inicia-se o aprendizado sobre relacionamentos em todos os âmbitos. Indubitavelmente, é primordial exercitar o ato de falar, pedir ajuda, expressar as emoções e sentimentos.
O líder precisa estar atento – não basta deixar a “porta aberta”, aguardando quem está com dúvida tomar a iniciativa. É extremamente arriscado se relacionar sem estar com a vontade de fazê-lo ou sequer saber como fazê-lo. A pessoa precisa estar com a mente aberta para se comunicar, a fim de estabelecer conexões preciosas.
Aproveite as oportunidades e identifique a aptidão com planejamento
O mundo contemporâneo oferece uma série de oportunidades de desenvolvimento e conhecimentos diversos. Contudo, percebo a alta volatilidade, com pessoas mudando constantemente de carreiras, sem perceber o que realmente gostam. Essa atitude na tomada de decisão acarreta perda de tempo e dinheiro e, quando se escolhe, pode ser tarde para correr atrás.
Há muitos cursos gratuitos disponíveis para entrar em contato com o que de fato interessa, e até mesmo testes vocacionais. Obviamente, tomar essa decisão sobre a carreira muito precocemente é algo complexo, mas é essencial ser assertivo.
As pessoas pleiteiam alcançar os sonhos, atividades que conciliem paixão com ganhos materiais, mas nem sempre isso irá ocorrer, especialmente com pouca idade. Antes de qualquer coisa, requer trabalhar e se dedicar bastante.
A jornada é longa e a vida proverá as coisas. Logo, aconselho a jamais vivenciar o mundo da fantasia. É imprescindível estudar e trabalhar com afinco para constituir uma carreira prolífica – essa é a realidade da maioria da população.
É fundamental identificar se há aptidão para uma determinada carreira. Vejo muitas pessoas investindo tempo e dinheiro, apenas para abandonar tudo no meio do caminho. Trata-se de saber planejar e aprimorar, pois isso impacta diretamente todos os âmbitos da vida.
Por fim, observo que muitos jovens não querem poupar, o que é um enorme equívoco. Todos deveriam criar tal hábito, com disciplina, independentemente do valor, mesmo que seja ínfimo, pois cada pessoa se adequa à sua remuneração. Recomendo estabelecer rotina, tendo em vista exercitar a disciplina do investimento, vislumbrando dispor de uma reserva futura.
Atualmente, há uma forte cultura do endividamento, e muitas pessoas normalizam a prática de destinar uma parte do próprio salário para pagar empréstimos consignados, muitas vezes com o objetivo de adquirir, por exemplo, um celular moderno. É essencial reservar um valor “x” para garantir uma reserva financeira, pois, mais adiante, esse jovem poderá querer constituir uma família ou até mesmo aproveitar a vida.
É desde cedo que se cria os hábitos para o futuro. É nisso que acredito.
Publicação: Exame
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